Lado A
1. (...)
2. Foguinho
3. (...)
4. Cibide Ausente
5. Meu amigo Bruno
6. (...)
7. Indicações desse lado A
O poema do meu amigo Sebastião quadrinizado pelo Batata
Parodoxo Machista, da Crocomila
Lado B
1(...)
2. (...)
3. (...)
Profissionais liberados pelo estado para perceber contradições nas relações de trabalho, raciais e de gênero - apenas profissionais liberados para antever medidas que o Estado - ou seja, a ordem - tomarão para avançar nas relações escrotas de exploração e submissão: nem tudo permanece, muita coisa muda, e esses profissionais são pagos para isso. O estado e a classe média precisam de uma esquerda pensante para antever problemas, para pensar soluções e/ou repressões para reproduzir a ordem existente.
4. Rascunhada
5. A quem fica
Um dia você receberá a notícia inesperada
Da morte de quem ama demais
Dependendo de sua vida pregressa
Desmaiará ou morrerá
Caso não
De imediato emudecerá
Em 1 segundo
Seu cérebro processará a informação
Em 2 segundos perderá a razão
Os músculos perderão a rigidez
A vista escurecerá num eclipse
No peito surgirá um vazio instantâneo
Preenchido por um grande nódulo inflamado
Que será rasgado do diafragma à garganta
Começarão jorrar lágrimas de sangue
Por entre suas pálpebras confrangidas
Em 5 segundos recobrará a razão
Sua vista clareará embaçada
Num borrão encharcado de sal
A cabeça parecerá que vai explodir
Em 10 segundos alguém o abraçará
Fortemente, tentando te preencher
Chorando e sem saber o que dizer
Para que fique em pé e não se vá também
Virão palavras de consolo egoísta
Inúteis e despropositadas
Para que esse alguém se sinta melhor
Porque você estará surdo em sua dor
Em 1 minuto realizará que está em algum lugar
Que há coisas e pessoas ao seu redor
Que todos te olham angustiados
Alguns também choram, mas não como você
Mas antes e principalmente por você
Pelos próximos momentos se passarão dias
De desespero em meio à tormenta copiosa
Seus olhos já não darão mais conta
Seu nariz estará entupido e escorrendo
Entre sua língua e o céu de sua boca
Uma baba espessa como um chiclete
Você não conseguirá respirar direito
Extinguindo-se, esvaziando-se
Estará soluçando aos 15 minutos
Quando lhe enfiarão na boca
Um comprimido amargo
Que só descerá com água e açúcar
Assim o farão novamente a cada 6 horas
Até que esteja louco o suficiente
Tão louco que pouco será seu pesadelo
Seus músculos estarão doloridos
Quando você desmaiar num sono profundo
Após algumas horas
Ao abrir os olhos
Você espreguiçará e soltará um peido
E então
Em 1 segundo
Seu cérebro processará a informação
Em 2 segundos perderá...
..
...
.....
.......
..........
............
E assim se darão os primeiros dias
Que mais parecerão anos
Na dolorosa retrospectiva de imagens
Nos objetos de uso pessoal, as roupas
Os sapatos agora imóveis
Você se lembrará do sorriso e do cheiro
Chorará muito ao resgatar o último momento
A última palavra ecoará eternamente em seus ouvidos
E aquela que não saiu o fará desmoronar
Em dez dias o desespero cederá seu lugar
À tristeza profunda da ausência de sentido
Acreditará que não há como seguir adiante
E que não existe peso maior que alguém possa suportar
Não conseguirá sorrir, ao menos de verdade
Os outros insistirão em ligar importunando
O silêncio necessário às suas lembranças
Caso a natureza vença
Fazendo com que você sobreviva
Após muitos meses
A tristeza já será saudade
O rasgo peitoril já terá cicatrizado
Fechando uma câmara oca
O lugar que estava reservado
A tudo o que era para ser
Antes de você receber a notícia
De que você é um egoísta sem tamanho
Sem saber lidar com o que não tem mais
Sem saber se a morte é ruim a quem morre
6. Muita cor nessa vida
7. não existe ilha
ele achava que o espaço em que morava era apenas um espaço habitado por pleibóis de merda vivendo vida de pleibóis de merda. ali usufruía de prazeres e conflitos e decepções e amores... amores? amores não. aquele lugar era um shopping a céu aberto. o produto desse shopping eram as pessoas. pessoas consumindo pessoas. muita gente se acostumou com isso. ele não. sempre se incomodava.claro que se incomodava mais quando não consumia ninguém, quando ficava sem acesso às mulheres-mercadoria ou aos homens-mercadorias do lugar. mas mesmo quando tinha acesso a essas mulheres/homens-mercadorias um vazio, uma sensação ruim, uma vontade de morrer invadia o seu peito. se mudou. saiu daquele lugar. atribuiu todas as suas desgraças àquele lugar. achou que poderia viver outra vida. mas não. todos os cantos que habitou posteriormente também tinha aquela mesma característica.
8. O que fazer com esse lado B
Esse Vinil 2 foi feito assim:
A capa é um desenho da Natasha Mota que eu tratei e pus cores no GIMP e escrevi Vinil 2 no Paint. Olha aí o scaneado sem tratamento nenhum:
Lado A
A faixa 1 é um trecho de uma música muito boa do Belchior chamada Como o diabo gosta.
A faixa 2 foi uma tentativa de criar um personagem infantil. Acho que não deu certo.
A faixa 3 foi uma tira que fiz quando trabalhava na fábrica ocupada Flaskô. Foi baseada num texto dos acampados da Ocupação Dandara(MTST) de Hortolândia.
A faixa 4 foi um quadrinho publicado na finada Revista Miséria. Todos os créditos para Adoniran Barbosa, em sua música Agüenta a mão, João.
A faixa 5 é uma homenagem a meu grande amigo Bruno que estou com muita saudade. Escutem Geraldo Filme(a Tristeza do Sambista) e Athalyba e a firma(Política) apertando o link em cima do nome deles.
A faixa 6 foi uma idéia da minha amiga Laís, que também to com saudades. Uns meses depois caiu certinho para Marcha das Vadias e foi publicada no Jornal Atenção, da Flaskô.
Lado B
No lado B a faixa 5 é um poema do meu amigo Zuca, feito em 2011, quando ele ainda era uma coruja.
para reclamações, elogios e comentários de outras ordens acerca desse Vinil 2 escreva para zinedojao@gmail.com
todo comentário será publicado no próximo Vinil
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SIM!!! SIM!!! PODE ACREDITAR!!!
JÁ ESTÁ NO FORNO O NOVO GIBI DE JOÃO DA SILVA!!!
Aguarde em breve num semáforo ou rua perto de você...